93 milhões de toneladas de soja, 20 milhões de toneladas de farelo de soja e 35 milhões de toneladas de milho – números que falam apenas da exportação realizada em 2024, com perspectiva de aumento para 2025. São 26 mil toneladas de proteínas por dia, 1000 containers diários girando com carne suína e de aves, movimentando 5.3 milhões de toneladas de carne de frango e 1.3 milhão de carne suína, produzindo uma receita cambial de 12.5 bilhões de reais. Os principais destinos destas exportações são o continente asiático, a América, a África, o Oriente Médio e a Europa. Vale lembrar que Santa Catarina atingiu 56,7% das receitas nos nove primeiros meses deste ano, recebendo o título de líder nacional na produção e exportação de suínos, além de se tornar uma referência internacional em proteína animal, segundo o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina.
“Estes números são uma forma de mostrar a importância deste setor e de uma logística concatenada em todas as suas engrenagens, para um mundo que quer receber mais dos nossos produtos o que mostra que precisamos estar preparados para isso”, disse Ricando Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
“Nos últimos 20 anos, as exportações de bovinos e aves trouxeram para o país a soma de 1 trilhão e 250 bilhões de reais”, disse ele no painel “O Impacto do Agronegócio Brasileiro na Geopolítica e Logística mundial”, realizado na Feira Logistique este ano, em sua 5ª edição, no Expocentro, em Balneário Camboriú, Santa Catarina, que também contou com a participação de Neivor Carton, presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos; Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e Airton Galinari, presidente executivo da Coamo.
O crescimento da importância do agro brasileiro no mercado internacional tem gerado, no elo da cadeia produtiva, demandas por infraestruturas logísticas que possam contribuir com a internalização de insumos e a exportação de granéis agrícolas com reduzido custo logístico e maior nível de competitividade.
“2024 tem sido um ano de recuperação de rentabilidade para os produtores e de crescimento tanto na oferta interna quanto nas exportações. O Brasil continua a expandir sua presença global, consolidando-se como um dos maiores exportadores de frango, suínos, bovinos, ovos e tilápias do mundo”, disse Santin.
A concessão à iniciativa privada como solução para a cadeia logística brasileira também foi tema do painel. Segundo os especialistas, investir em inovação e parcerias, na diversificação da matriz de transportes (hoje concentrada no modal rodoviário), na possibilidade de dobrar a participação das ferrovias para baratear e agilizar o escoamento da produção e reduzir os custos com a logística que hoje representam 12.1% do PIB nacional, seriam medidas importantes para solucionar os gargalos logísticos do país, que atualmente ocupa a 51º posição no ranking mundial de desempenho logístico.
A reconfiguração das cadeias globais, suas oportunidades e impactos logísticos são temas permanentes na Feira Logistique. A próxima edição já tem datas marcadas, será entre os dias 12 e 14 de agosto de 2025, no Expocentro de Balneário Camboriú, Santa Catarina.
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