“A volta à Casa Branca de um empresário e, por consequência, de um presidente que acredita na livre inciativa, está alinhada com a visão dos industriais de Santa Catarina”, afirmou Gilberto Seleme, presidente em exercício da FIESC, ao receber a notícia da vitória de Donald Trump, em depoimento no portal da instituição.
Santa Catarina pode considerar algumas oportunidades econômicas a partir da estratégia de protecionismo de Trump de frear a velocidade do crescimento chinês, abrindo, assim, a possibilidade de negócios com os dois mercados. Para isso, as empresas catarinenses vão precisar estudar mais a fundo cada mercado para desenvolver um diferencial competitivo como forma de ampliar as relações comerciais com Estados Unidos e com a China.
A política do presidente republicano aponta oportunidades para a economia de Santa Catarina, mas também traz incertezas para contratos internacionais de exportadores locais, que vão precisar desenvolver de forma estratégica, novas e mais efetivas ações para buscar oportunidades de investimento e negócios com os Estados Unidos.
A vitória de Donald Trump aponta para o fortalecimento de setores como madeira e móveis, automotivo e outros segmentos onde Santa Catarina possui um bom posicionamento. No entanto, caso o novo presidente favoreça a produção interna, Santa Catarina corre o risco de sofrer impacto na exportação, especialmente de produtos de maior valor agregado, como motores, componentes elétricos e móveis.
Dentro deste cenário, é importante ressaltar que o agronegócio catarinense tem junto aos Estados Unidos uma estreita relação na exportação de produtos agrícolas e alimentícios, como carne suína e aves, e o protecionismo interno de Trump pode causar aumento de tarifas sobre os produtos agrícolas, reduzindo a competitividade das exportações catarinenses, o que forçaria o estado a pensar em novas alternativas, como a diversificação de mercados, investimentos em tecnologia e otimização de custos. Entretanto, o conflito comercial entre Estados Unidos e China pode trazer vantagem econômica para o agronegócio catarinense, fazendo o país asiático investir na importação dos produtos de Santa Catarina em virtude da elevação das tarifas por parte dos E.U.A.
Segundo o economista Marcos Troyjo, durante a inauguração do escritório da Câmara Americana de Comércio (Amcham) em Florianópolis, Santa Catarina precisa considerar informações relevantes para suas estratégias comerciais com os Estados Unidos, como o aspecto demográfico, que coloca o país norte-americano como a única nação da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que terá crescimento projetado nos próximos 25 anos, um dos maiores mercados consumidores do mundo, com investimentos previstos de U$ 5 trilhões para movimentar a economia até 2030. Neste contexto, Santa Catarina poderá fazer uso da sua experiência em exportação de produtos de alto valor agregado para conquistar novos espaços no mercado americano.
A Logistique tem investido, em todas as suas edições, no fortalecimento do setor logístico catarinense através do desenvolvimento de um evento que estimule ideias criativas e inovadoras, parcerias e bons negócios, num espaço que, a cada ano, conecta pessoas e apresenta soluções e tecnologias que moldam o futuro da logística. Dentro do novo cenário político econômico norte-americano, acreditamos que o principal diferencial competitivo catarinense será a sua tradicional capacidade de transformar visão e informação em oportunidade.
A próxima Feira Logistique acontece entre os dias 12 e 14 de agosto de 2025, no Expocentro de Balneário Camboriú.
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