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Saleh Alsuwaidi destaca interesse dos Emirados Árabes Unidos em apoiar investimentos brasileiros no


O Brasil, por ser um grande produtor agrícola, tem sido um parceiro econômico importante para os Emirados Árabes Unidos (EAU) no que tange a segurança alimentar. No ano passado os negócios ente os dois países, não envolvendo o petróleo, somaram mais de US$ 2,8 bilhões em relações comerciais. No mesmo ano, os principais produtos importados pelos Emirados Árabes do Brasil foram aves e bovinos, açúcar, ouro, minério de ferro, produtos semimanufaturados, calçados e motores. Por outro lado, o Brasil importou da confederação fertilizantes, enxofre, óleo diesel, tubos de ferro, folhas de policarbonato e fibras de poliéster. No entanto, a proteína Halal [carne bovina e de frango] importada da agroindústria brasileira tem significativo peso nessa relação de comércio bilateral.

O Brasil exportou um total de US$ 833,35 milhões em proteína Halal aos Emirados Árabes no ano passado, com crescimento de 28% em relação ao ano de 2018. “Vale ressaltar que mesmo durante a pandemia do coronavírus, o setor agropecuário brasileiro continuou produzindo e garantindo a distribuição de seus produtos para os EAU”, diz o embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, Saleh Alsuwaidi. O diplomata participa de mesa redonda no primeiro dia Logistique Web Conference, carro chefe da edição deste ano da Logistique – Feira e Congresso de Logística e Negócios Multimodais. Tendo como anfitrião o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Mário Cezar dos Santos, as discussões terão a mediação do presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira Rubens Hannun

Alsuwaidi diz ainda que o Brasil é o principal fornecedor de alimentos e bebidas na região Oriente Médio e Norte da África (MENA), mas que ainda existem oportunidades de negócios inexploradas para os setores brasileiros. “Inclusive Dubai e Abu Dhabi oferecem benefícios fiscais em suas muitas zonas francas para empresas brasileiras que queiram construir um relacionamento com players públicos e privados. Como exemplo, podemos citar a empresa de maquinário elétrico brasileiro, WEG, instalado em Dubai e a BRF, em Abu Dhabi”, acrescenta o embaixador. O diplomata ainda cita outras empresas brasileiras que têm representação nos Emirados Árabes Unidos, como Tramontina, O Boticário e a Vale, fornecedora de minério de ferro para a Emirates Steel.

Por outro lado, no Brasil existem instituições estratégicas dos Emirados Árabes Unidos, como Emirates Airlines, DP World [que opera um dos maiores terminais de uso privado do Brasil no Porto de Santos], Mubadala Capital, Câmara de Comércio de Dubai, Dubai Exports e Fisrt Abu Dhabi Bank.

“Esse alto grau de complementaridade nos setores comercial e de investimentos ainda inexplorados ou parcialmente aproveitados que vamos abordar no primeiro dia da Logistique Web Conference, 4 de novembro. As economias brasileira e emirática têm importantes eixos de sinergia que precisam ser discutidos e difundidos”, diz o diretor da Logistique, Leonardo Rinaldi.

Respeito mútuo

“Nossas relações bilaterais são baseadas no respeito mútuo e na intensificação das relações comerciais e comerciais. Ambos somos portas de entrada para vastos mercados [o Brasil é um hub para a América do Sul, enquanto Dubai para a região MENA] e devemos usar isso a nosso favor”, relata Alsuwaidi.

As relações entre os EAU e o Brasil têm prosperado nos últimos anos. Em 2018, por exemplo, entrou em vigor o Acordo de Isenção de Visto, no qual os cidadãos dos dois países podem viajar sem visto para turismo ou negócios por até 90 dias por ano. Além disso, em 2018, foi assinado o acordo para evitar a Dupla Tributação. Este acordo contribui para a construção de um ambiente jurídico estável, contribuindo para o combate à evasão fiscal e para facilitar os fluxos comerciais e de investimento. O acordo está para ratificação na Câmara Alta do Congresso brasileiro.

Já no ano passado, durante a visita do Xeque Abdullah Bin Zayed Al Nahyan, ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, ao Brasil, foi assinado o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos que abrirá novas perspectivas para a ampliação dos fluxos de investimentos entre os dois países. Ainda em 2019, durante a visita do Presidente Jair Bolsonaro aos Emirados Árabes Unidos, foram assinados oito acordos para estimular e promover o interesse das empresas em expandir suas atividades no Brasil e para facilitar a troca de informações sobre o ambiente de negócios e oportunidades de investimento no país, por meio do compartilhamento de experiências e melhores práticas empresariais.

“É importante destacar que os Emirados Árabes Unidos têm um papel importante na cooperação econômica com o Brasil, impulsionada por ambos os governos e exemplificada no comércio bilateral. Além disso, no caso dos EAU, temos uma legislação que beneficia as atividades comerciais, como por exemplo, a isenção de impostos diretos sobre os lucros corporativos; concessão de 100% de repatriação de capital e lucros; é parte do acordo comercial do Conselho de Cooperação do Golfo; do Acordo de Livre Comércio Árabe e do Acordo da Área de Livre Comércio Europeia”, completa o diplomata.

Com relação a sua participação na Logistique Web Conference, o embaixador destaca que a discussão sobre comércio bilateral entre os dois países será uma boa ocasião para apresentar as oportunidades de negócios nos Emirados e a importância do Brasil para os EAU. “O número de empresas brasileiras nos Emirados Árabes Unidos ainda é pequeno e queremos mudar isso.  Meu país também pode atuar como porta de entrada de produtos brasileiros para a África, Ásia e Europa. É importante reiterar o interesse dos Emirados em diversificar as exportações brasileiras, assim como intensificar as relações bilaterais”, conclui Alsuwaidi.


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